Crônicas do João – X – A esperteza eleitoral… a base de sonhos…

Publicado: 6 de outubro de 2011 por Jornal Folha de Dona Inês em António Justino, Dona Inês, Emprego, João Massapina, Municipalidade, PSB, Sociedade do estado da Paraíba, Uncategorized, Vereadores
O concurso é a única maneira de entrar no Serviço Público de forma segura, definitiva e portanto é uma modalidade muito concorrida. 
Tudo muito certo, e mais do que verdadeiro, mas ao respingar esta afirmação de um blog da cidade, não podemos deixar de alertar para que propositadamente e de modo estrategico tenha esquecido de dizer que mais importante é a lisura de abrir um concurso objetivo, e que não venha a criar falsas expetativas no tempo como único mister de fixar pessoas a sonhos no tempo certo para tentar ganhar o seu voto.
Porque não abrir um concurso normal, sem caixa de armazém de candidatos… porque será minha gente…
Pense nisso com calma e ponderação, pois tem uma trazão logica e bem visivel a sua frente…
Raras vezes se toma conhecimento de uma proposta tão imbecil sobre as relações entre empregados e empregadores, um campo onde abundam propostas imbecis. Mas o Prefeito de Dona Inês esmerou-se: considera que para justificar a falta de trabalhadores em algumas áreas funcionais, da autarquia, deve apenas necessitar de abrir um concurso fantasma em que cria uma bolsa de sonhos, alimentada no tempo, sem qualquer consequência pratica que não seja a tentativa de captar voto fácil e expetativas fáceis de emprego na mente dos mais incautos candidatos.
Presumo que por uma questão de proteção da privacidade nem se obrigasse os candidatos a revelarem que tipo apetências funcionais tem, a não ser a entrada no serviço publico, no dia de São nunca a tardinha…
Não se está mesmo a ver que esta justificação seria utilizada com a máxima parcimónia e apenas nos casos de efetiva candidatura real, e em caso de obvia tomada de posse em tempo útil, o que jamais vai acontecer antes do dia 7 de Outubro de 2012?
É que o senhor Prefeito considera muito eficaz responsabilizar os candidatos, como tem feito em outros concursos, e se a penalização pós concurso, por mau uso da justificação de que o concurso é aberto no tempo, for grande, há desincentivo ao seu abuso. Fica por esclarecer como se provaria as necessidades de trabalhadores em algumas áreas, quando é sabido que concursos abertos anteriormente pela Prefeitura ainda se encontram com as vagas por preencher, nomeadamente o dos enfermeiros, dizem…, entre outros.
Mas não se preocupem: com esta proposta incentiva-se a aldrabice laboral, promove-se a falta de lisura, criam-se novos constrangimentos para os jovens (num contexto que já contém um ou outro exemplo anterior), mas seria tudo feito para tirar pressão na opinião publica, atendendo as falsas promessas de criação de postos de trabalho e fixação de empresas na região, que de sonhos não passaram ao longo do tempo que mediou a venda de sonhos de 2008 e os dias de hoje, obrigando largo grupo a abandonar a sua serra querida em busca de outros destinos com saídas profissionais, já que por aqui o que resta é a Prefeitura e a pedreira, ou então apanhar castanha, ou beber umas cachaças…
O que, afinal, é ou não; o grande desígnio de Dona Inês para António Justino?
Simplesmente tentar criar falsas expetativas na mente dos mais incautos, e com isso fixar eleitorado fácil e barato para aumentar o seu esquadrão eleitoral visando perpetuar o seu poder em 2012.
Tem ainda quem faça o papel de sacristão da paroquia, e se dedique a manifestar publicamente as virtudes de tamanho concurso fantasma, esquecendo de esclarecer que estamos a entrar em ano eleitoral e esta situação pode ser considerada como manifesta e descarada tentativa de compra de voto, fazendo recordar a via cruzes de Cassio por causa dos famosos cheques, de outras jogadas de esperteza técnica eleitoral.
Acredito que algumas palavras que vou escutando não passam de um mau exercício de sarcasmo. Ninguém pode ser tão palerma ao ponto de pôr em causa que, para um concurso não exista limite de tempo, faz assim toda a diferença que a pessoa que encontra pela frente em momentos-chave da sua vida seja esclarecida – importância, essa, assinalada precisamente por ritos de pergunta versus resposta – seja ou não um cidadão crente do seu credo nas promessas que recebe. É que este logro grave não pode deixar de o afetar muito negativamente o futuro de cada um, e no tempo certo vão perceber a imensa vigarice em que caíram.
A não ser o caso, o problema da temporalidade do concurso. seria desconstrução a mais e sensibilidade a menos que se fosse impedir uma grande inscrição de candidatos. Tal como já me disseram, tem por ai cidadão que vai bebendo umas cachaças a conta do candidato, e comendo uns salgadinhos, mas na hora certa já não vai ser besta como antes, e a sua opção vai recair em quem efetivamente lhe provar dar mais garantias.
Tal como na descarada compra de votos, eu sempre sugiro que recebam todo o dinheiro ofertado, agradeçam muito ao vendedor, e depois no momento do voto secreto o mandem escafeder-se…
Quando alguém faz um negócio de forma livre com outra pessoa, comprando ou vendendo, fá-lo porque acredita que está a ganhar valor. Um negócio que só é possível porque do lado que vende dá menos valor que quem está do lado que compra é uma vergonha para o próprio cidadão, e um voto não se vende, se utiliza com sensibilidade.
A definição concreta do que é um preço justo, se considerarmos o voto como uma venda, depende portanto da confluência de vontades e do acordo entre, pelo menos, duas partes que têm prespectivas diferentes e por definição não conciliadas sobre qual o valor de determinado ativo, neste caso um projeto ou um candidato. Paradoxalmente é o desacordo que possibilita o acordo.
Estes conceitos que sendo simples, são também suficientes para ridicularizar qualquer tentativa de adjetivar um preço imposto centralmente de justo, eficiente ou eficaz. Apenas uma entidade capaz de interpretar e prever as interações de cada indivíduo envolvido em cada troca poderia encontrar um preço mais justo do que o resultado simples da troca livre entre indivíduos.
Agora comprar votos com sonhos desgastados no tempo, é uma estratégia digna de um verdadeiro maquiavélico.
Pode-se, por definição, não entender a complexidade por detrás da imagem “mão invisível”, mas deveria ser fácil de entender a impossibilidade do decisor central. A primeira é o resultado de infinitas interações simples enquanto que a segunda é o resultado de uma decisão infinitamente complicada. A primeira exige a existência de seres humanos falíveis, a segunda exige a existência de um candidato digno a ser creditado, o que infelizmente neste momento esta muito longe de acontecer, por via dos exemplos existentes de um passado muito recente.
Apelo a que todos, o maior numero possível de cidadãos apresentem as suas candidaturas, pois só assim podem garantir a perpetuação de um concurso fantasma, satisfazendo os desejos do candidato, que vai somar imaginariamente como voto seu, cada inscrição.
Heita sonho bom !!!
“João Massapina”

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